O presente estudo pretende caracterizar as experiências de vitimação indireta na
infância, as experiências de violência (vitimação e perpretação) no contexto prisional, o
estado psicológico dos reclusos, homens e mulheres, e analisar se estas variáveis estão ou
não interligadas. Para esse efeito, recolheu-se uma amostra de 394 participantes em
situação de reclusão em vários Estabelecimentos Prisionais da Região Norte. Neste estudo,
foram aplicados como instrumentos um questionário sociodemográfico e criminal, o
Questionário de História de Adversidade na Infância (ACE) e, o Inventário de Sintomas
Psicopatológicos (BSI). Os resultados demonstraram que 130 reclusos relatam ter pais
separados ou divorciados, 119 vivenciaram algum tipo de violência doméstica, 84
habitaram com alguém com problemas de abuso de substâncias, 84 relataram ter habitado
com alguém que se suicidou, tentou suicidar-se ou tinha alguma perturbação mental e 106
dos participantes tiveram algum familiar preso. Relativamente às experiências de violência
no contexto prisional, 97 dos reclusos referem já ter sofrido algum tipo de violência
enquanto que, 68 admitem já ter praticado algum tipo de violência no Estabelecimento
Prisional. Verifica-se que os participantes que relataram ter sofrido algum tipo de violência
no Estabelecimento Prisional apresentam níveis superiores de Adversidade na Infância
quando comparados com os participantes que não sofreram qualquer tipo de violência. O
mesmo se aplica aos participantes que relataram ter praticado algum tipo de violência no
Estabelecimento Prisional.
- MESTRADO EM PSICOLOGIA DA JUSTIÇA
- PSICOLOGIA
- VITIMAÇÃO
- RECLUSOS
- INFÂNCIA
- VIOLÊNCIA
- TID:202126781
Vitimação indireta na infância, violência prisional e psicopatologia: um estudo com a população reclusa em Portugal
Vieira, A. R. B. S. S. (Autor). 2018
Tese do aluno: Dissertações de Mestrado