Vários modelos teóricos e estudos empíricos apontam para o papel do contexto familiar para o
surgimento e manutenção de problemas de ansiedade em crianças e adolescentes.
Comportamentos parentais, como o controlo e a promoção de autonomia, têm um papel
importante e comprovado no reforço e manutenção da ansiedade nos filhos. Porém, o papel
que as cognições e emoções parentais podem ter no desenvolvimento e no incremento da
ansiedade infantil, tem sido menos abordado na literatura. Assim, a presente investigação tem
como principal objetivo identificar as cognições e as emoções dos pais (n=46; 50% mães) de
crianças com perturbações de ansiedade, numa situação real em que o filho se tenha sentido
ansioso e numa situação hipotética/ambígua potencialmente ansiogénica. Adicionalmente,
procurou-se explorar as cognições e emoções dos pais consoante o género parental em ambas
as situações (reais e hipotéticas). Os resultados indicaram que a maioria dos pais
interpretaram as situações reais como uma ameaça e pais interpretaram o cenário ambíguo de
tipo físico como ameaçador ao contrário do cenário hipotético de tipo social. Não se
verificaram diferenças significativas na análise das interpretações e emoções dos pais em
função do género parental tanto em situações reais como nas hipotéticas. Considera-se que a
presente investigação representa um contributo para a literatura empírica permitindo
aprofundar interpretações parentais sobre a ansiedade dos filhos, pela forma como se centra
na identificação das cognições e emoções parentais, permitindo assim, uma melhor
abordagem terapêutica.
- MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE
- PSICOLOGIA
- PARENTALIDADE
- COGNIÇÃO
- ESTILOS PARENTAIS
- ANSIEDADE INFANTIL
- EMOÇÕES
- TID:201982587
Respostas cognitivas e emocionais dos pais face à ansiedade dos filhos
Crespo, S. S. (Autor). 2018
Tese do aluno: Dissertações de Mestrado