Projeto de colaboração intergeracional : encontro entre gerações na sala de aula

  • António João Conchinha Ginja do Carmo

Tese do aluno: Teses de Doutoramento

Resumo

O envelhecimento da população nas últimas décadas, em Portugal, representado pelas pessoas com idades superiores a 65 anos, aumentou em mais de 7%, passou de 11,4%, em 1981, para 19,1% do total da população em 2011. As projeções sobre a idade média da população também indicam que esta poderá subir dos 43,1 anos, em 2013 para os 51,3 anos em 2060. Com o envelhecimento da população uma das questões que se levanta está relacionada com o idadismo, associado a preconceitos e estereótipos em relação à idade, contribuindo para que não se valorize a experiência e o saber acumulados em relação aos membros mais velhos. A perspetiva do curso de vida reconhece que os mais velhos não constituem um grupo homogéneo e a diversidade entre os indivíduos tende a aumentar com a idade, sendo importante que se criem ambientes de apoio em todos os estádios da vida, promovendo o envelhecimento ativo. Esta investigação apresenta um relato de uma pesquisa que realizámos, constituída por várias experiências de encontro entre gerações em sala de aula. Fizeram-se experiências no mesmo ano com duas turmas com os mesmos idosos, e em anos consecutivos com turmas diferentes e seniores diferentes. Pretendeu-se dinamizar as aulas de TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação com a presença e a sabedoria dos mais velhos, aliada à perícia, conhecimento informático e irreverência dos mais novos. Construiram-se páginas web com conteúdos apresentados, orientados e propostos pelos mais velhos e desenvolvidos informaticamente pelos mais novos (alunos adolescentes). Desta forma desenvolveu-se um projeto intergeracional com práticas de aprendizagem intergeracional continuada. Antes da implementação do projeto, fizemos uma avaliação da sensibilidade dos adolescentes ao desenvolvimento de projetos intergeracionais que serviram de guia para a sua implementação, recorrendo a questionários sobre a VFI - Volunteers Function Theory (Inventário das Funções do Voluntariado). Utilizámos também os questionários sobre o envolvimento escolar para perceber a avaliação que os participantes faziam sobre as experiências em que participaram na perspetiva dos benefícios dos programas de aprendizagem intergeracional. Aplicaram-se ainda questionários sobre competências sociais, antes e depois de cada experiência. Verificaram-se possibilidades de abordagem, quer com idosos dependentes quer com independentes – seniores, realizando atividades com conteúdos iniciados pelos alunos adolescentes e complementado com as perspetivas dos idosos, ou partindo de conteúdos de experiência de vida e/ou profissional dos mais velhos. Aponta-se ainda que as experiências intergeracionais com alunos das vias das humanidades poderão ser mais vantajosas em relação às áreas mais técnicas, as quais implicam um menor contacto social, em especial na relação com os idosos. Alguns aspetos interessantes da experiêcia são: uma maior aceitação das diferenças de cada um; aprendizagens e conhecimentos a vários níveis, técnico/profissional, social, desenvolvimento de atitudes mais positivas entre as gerações e espírito de cooperação.
Data do prémio2017
Idioma originalPortuguês
SupervisorOSCAR CONCEIÇÃO DE SOUSA (Orientador)

Keywords

  • DOUTORAMENTO EM EDUCAÇÃO
  • ESTUDOS DE CASO
  • EDUCAÇÃO
  • ENVELHECIMENTO
  • APRENDIZAGEM
  • RELAÇÕES INTERGERACIONAIS
  • TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
  • TID:101568444

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