O aparecimento do novo coronavírus (COVID-19) teve um impacto em larga
escala por todo o mundo e fez emergir medidas de contenção, entre as quais o
confinamento obrigatório. Em Portugal, o confinamento teve início em 18 de março de
2020, restringindo os direitos de liberdade de livre circulação da população. Vários
estudos têm demonstrado o impacto negativo da COVID-19 e respetivas medidas na
saúde mental e física. Porém, poucos se focaram nas experiências idiossincráticas da
população, e menos ainda nas perceções positivas acerca do confinamento e da pandemia.
Deste modo, este estudo qualitativo, transversal e exploratório procurou identificar as
perceções dos adultos portugueses em relação às dificuldades enfrentadas aquando do
início da pandemia, mas igualmente os seus potenciais aspetos positivos e os valores que
mais os ajudaram a enfrentar as adversidades durante o primeiro confinamento por
COVID-19. Participaram do estudo 435 pessoas adultas, das quais 74,5% eram mulheres
entre os 18 e 71 anos de idade (M = 40.8; DP = 11.6), que responderam a um questionário
online, constituído por questões de resposta aberta durante a primeira fase de
confinamento por COVID-19. Os resultados, obtidos através de análise de conteúdo,
mostraram as vantagens e aspetos positivos do confinamento por COVID-19 assim como
a disponibilidade, a solidariedade, o desenvolvimento pessoal, os aspetos ambientais e a
valorização da saúde. Este estudo contribuiu para a compreensão de fatores positivos e
protetores que permitam a população lidar adequadamente com o mal-estar gerado pelos
desafios da pandemia por COVID-19.
- MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE
- PSICOLOGIA
- COVID-19
- TID:203109910
Percepção acerca das dificuldades e de aspetos positivos associados à primeira fase de confinamento por COVID-19 : estudo qualitativo
Mendes, C. F. (Autor). 2022
Tese do aluno: Dissertações de Mestrado