A violência sexual, conhecida por ser um problema de saúde e segurança pública, é uma
manifestação de comportamentos desviantes, sendo uma temática transversal associada a
diversificadas crenças culturais, diferentes faixas etárias, onde são utilizados variados recursos
pelos praticantes desta agressão.
Considerando a prevalência da violência sexual, incluindo nos estudantes universitários,
e a necessidade de enriquecer os conhecimentos sobre este tema, o presente estudo tem como
objetivo caraterizar a violência sexual com recurso a estratégias sexualmente agressivas em
estudantes universitários do sexo masculino, como grupo de risco, considerando a influência de
traços de psicopatia, sociossexualidade e crenças legitimadoras de violência sexual.
232 alunos universitários do sexo masculino (idade ≥ 18 anos) heterossexuais
responderam ao questionário online “Diferenças de género na interação sexual com o sexo
oposto”, constituído por um questionário sociodemográfico, pela Escala de Comportamentos
Sexualmente Agressivos (SABS), pela Escala de Crenças sobre Violência Sexual (ECVS), pelo
Inventário de Orientação Sociossexual (SOI) e pela versão portuguesa do Youth Psychopathic
Traits Inventory – Short Version (YPI-S). Os dados recolhidos foram submetidos a uma análise
estatística com descrição de frequências e posterior MANOVA e ANOVA, com um nível de
significância de 0,05.
115 (56,7%) alunos não apresentaram historial de comportamento sexualmente agressivo.
88 (43,3%) reportaram o uso de alguma estratégia sexualmente agressiva, com a finalidade de
iniciar interação social com mulher(es), em que 81,8% relataram comportamento considerado
sexualmente coercivo, 44,3% como abuso sexual e 9,1% uso da força física. Os resultados
revelaram um efeito principal significativo para a condição grupo (Grupo Agressor x Grupo não
Agressor) na sociossexualidade e nas crenças legitimadores de violação, excepto na provocação à
vítima bem como nos traços de psicopatia, em que não se verificaram diferenças significativas
entre os grupos.Os resultados obtidos fomentam a possibilidade de reflexão para o desenvolvimento e
realização de futuras investigações, que englobem populações mais jovens (em última análise
desde a primeira infância), de forma a desenhar programas de prevenção e de intervenção mais
adequados e eficazes nesta área, baseados na psico-educação, de modo a minimizar esta
problemática.
- CRENÇAS
- PSICOPATIAS
- SOCIOSSEXUALIDADE
- SEXUALIDADE
- MESTRADO EM PSICOLOGIA FORENSE
- PSICOLOGIA
- VIOLÊNCIA SEXUAL
- HOMEM
- ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
- TID:201950235
O papel da sociossexualidade, psicopatia e crenças sobre a violência sexual no recurso a estratégias sexualmente agressivas numa amostra masculina
Benzinho, M. E. D. C. A. D. S. (Autor). 2018
Tese do aluno: Dissertações de Mestrado