Impacto da erucina no citoesqueleto de células renais

  • Vanessa Alexandra Pereira Mendes

Tese do aluno: Dissertações de Mestrado

Resumo

À escala mundial, o cancro é a segunda maior causa de morte, possuindo uma média anual de 7 milhões de mortes. Até 2030, estima-se que o número de mortes duplique, pelo que há a necessidade de inovar no desenvolvimento de estratégias quimiopreventivas e quimioterapêuticas. Uma dessas estratégias pode passar pela adaptação dos hábitos alimentares, e consequentemente, escolha de inclusão de determinados alimentos na dieta. Está cada vez mais claro que muitos agentes dietéticos, como os isotiocianatos, de vegetais crucíferos, podem retardar ou prevenir o processo de carcinogénese. A erucina é um isotiocianato dietético, que foi recentemente considerado um promissor fitoquímico quimiopreventivo do cancro. Vários estudos realizados em contexto in vitro suportam a capacidade de alguns compostos alimentares afetarem processos celulares envolvidos na oncogénese, e na promoção e progressão tumoral. O carcinoma renal representa mais de 80% dos casos de cancro renal, com aproximadamente 30% dos pacientes a desenvolver metástases após cirurgia. Assim sendo, devido à relevância desta temática, este estudo teve como principal objetivo avaliar o impacto do isotiocianato erucina, no citoesqueleto, em particular nos microtúbulos e nos microfilamentos de actina, de células de cancro renal, uma vez que esta estrutura celular está intimamente relacionada com o processo de invasão celular que é essencial para a formação de metástases. Foram utilizados dois tipos de células, as VERO-E6 e as 786-O. As células VERO pertencem a uma linhagem de células de rim de macaco verde e as células 786-O são células de carcinoma renal humano. A análise de imagens de imunofluorescência células tratadas com erucina e sujeitas a imunofluorescência, permitiu concluir que a esta é capaz de induzir uma perda das estruturas de tubulina (microtúbulos e centro organizador dos microtúbulos) mas que não afeta as estruturas compostas por actina. A realização do ensaio in vitro de polimerização de tubulina permitiu observar que com o aumento da concentração de erucina existiu diminuição da polimerização de tubulina. Assim é possível concluir que a erucina atua diretamente para inibir a polimerização da actina. Por este motivo esta molécula apresenta um potencial terapêutico que deverá ser mais explorado. Palavras-chaves: Erucina, Células renais, Cancro renal, Nefrotoxicidade
Data do prémio2024
Idioma originalPortuguês
SupervisorNuno Saraiva (Orientador)

Keywords

  • MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
  • CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
  • ERUCINA
  • CARCINOMA RENAL
  • ALIMENTOS FUNCIONAIS
  • CANCRO RENAL
  • TID:203745949

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