Exploring cultural competence for non-indigenous journalists who work with and for indigenous peoples

  • Carla Alexandra Marques Bento Guedes

Tese do aluno: Teses de Doutoramento

Resumo

Nesta investigação averigua-se de que forma os conhecimentos e os valores Indígenas
podem transformar as práticas e as estratégias dos jornalistas não-Indígenas para que estes
possam representar melhor todos os povos, especialmente os povos das Primeiras Nações,
através de uma abordagem culturalmente mais competente, inclusiva e responsável no âmbito
do jornalismo de massas tradicional. Trata-se de uma investigação que proporcionou um
‘diálogo’ transformador e empoderador que une perspetivas, sentimentos, restrições e
oportunidades de ‘dois mundos’ no jornalismo dominante ocidental que reporta sobre os Povos
das Primeiras Nações. Fê-lo convidando jornalistas não-Indígenas e Indígenas (todos com
experiência em reportagem sobre, com e para os Povos das Primeiras Nações na Austrália, no
Brasil e no Canadá) a ouvirem profundamente, a refletirem sobre e a compreenderem as suas
próprias culturas, opiniões, necessidades e formas de trabalhar bem como as dos outros.
É um caso de Investigação-ação Participativa teoricamente informada pela Construção
Social da Realidade com uma intenção construtiva e descolonizadora. Baseia-se nos protocolos
Indígenas e no conceito cultural e espiritual Aborígene de Dadirri e é enquadrado pela
Pedagogia do Desconforto. Metodologias de investigação não-Indígenas e Indígenas foram
exploradas e combinadas, incluindo a tradicional entrevista ativa semiestruturada ocidental
redefinida aqui como sessões individuais de Dadirri Yarning para coleta de dados. Esta
metodologia combinada serve de motor a uma investigação sobre o desconforto dentro de uma
narrativa emancipatória. Além disso, optou-se pelo método de Análise Narrativa Temática para
organizar e apresentar os resultados de investigação. Este é o primeiro estudo a basear-se na Pedagogia do Desconforto aplicando-a aos
Estudos do Jornalismo e aos Estudos Indígenas, envolvendo jornalistas Indígenas e não-Indígenas e combinando paradigmas culturais/teóricos/conceituais e metodologias de pesquisa
Indígenas e não-Indígenas, navegando nessas complexidades interculturais em direção à
descolonização e enriquecimento da competência cultural. Para além disso, acrescentando a
minha própria experiência como investigadora e jornalista não-Indígena a algum material já
existente na literatura, desenhei duas novas 'ferramentas' para apoiar os jornalistas não-Indígenas na tarefa árdua de aumentar a sua competência cultural Indígena: o Continuum de
Competência Cultural no Jornalismo e a Lista de Estratégias e Práticas para Jornalismo
Culturalmente Competente que Envolve Povos Indígenas.
As conclusões desta investigação confirmam a hipótese central desta investigação: os
jornalistas não-Indígenas precisam de desenvolver um quadro de competências culturais para
trabalhar e reportar sobre os Povos Indígenas. Os resultados deste estudo indicam que a maioria
dos jornalistas não-Indígenas são, de facto, culturalmente incompetentes, assim como os meios
de comunicação social para os quais trabalham. Por isso mesmo, defendo que a formação em
competência cultural deve ser incluída nos planos de estudos de jornalismo do Ensino Superior,
desde o grau de licenciatura, assim como nos programas e cursos de formação profissional nesta
área.
PALAVRAS-CHAVE: Estudos do Jornalismo, Estudos Indígenas, Competência
Cultural, Jornalistas Indígenas e não-Indígenas, Pedagogia do Desconforto, Dadirri,
Metodologias de investigação Indígenas
Data do prémio2024
Idioma originalInglês
SupervisorCARLA ALEXANDRA OLIVEIRA RODRIGUES CARDOSO (Orientador)

Keywords

  • DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO
  • JORNALISMO
  • INDÍGENAS
  • COMPETÊNCIAS CULTURAIS
  • TID:101787553

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