Criminalidade feminina, psicopatia e personalidade: um estudo comparativo com ofensoras violentas e não violentas

  • Ferreira Sílvia Regina Oliveira Pinto

Tese do aluno: Dissertações de Mestrado

Resumo

Enquadramento: A criminalidade feminina, é um fenómeno social que tem vindo a ser pouco estudado. Grande parte da investigação sobre esta temática, foca-se na comparação entre mulheres e homens, no sentido de explicar a baixa relação entre a mulher e o crime, ofuscando a caracterização psicológica destas mulheres. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo identificar a prevalência de indicadores de psicopatia e de problemas de personalidade em mulheres reclusas e, analisar as diferenças nestes indicadores entre criminalidade violenta e não violenta. Método: A amostra é constituída por 138 sujeitos do sexo feminino, que cometeram crimes violentos e não violentos. O grupo que praticou crimes não violentos é constituído por 94 (68.12%) reclusas, com idades compreendidas entre os 21 e os 66 anos (M = 41.48, DP = 9.7). Quanto ao grupo que praticou crimes violentos, é constituído por 37 (26.81%) mulheres, com idades entre os 26 e os 75 anos (M = 43.33, DP = 12.97). Para a recolha de dados procedeu-se à aplicação do questionário sociodemográfico e criminal, da Escala de Psicopatia (SRP-SF) Self- Report Psychopathy Scale – Short Form e, do Inventário de Personalidade de Dez Itens (TIPI). Para dar uma resposta ao primeiro objetivo realizou-se uma análise descritiva das variáveis em estudo e, para analisar as diferenças entre criminalidade violenta e não violenta, resposta ao segundo objetivo, realizaram-se duas MANOVAs (Multivariate Analysis of Variance). Resultados: Relativamente à dimensão da psicopatia, verifica-se que, quer na amostra total como nos grupos em separado, a psicopatia estilo de vida é a que apresenta valores médios mais elevados e a psicopatia interpessoal a que apresenta valores mais baixos. Nas reclusas que praticaram crimes violentos, a antissocial é a dimensão da psicopatia que apresenta o valor médio mais baixo. No que se refere às características de personalidade, para ambos os grupos, a amabilidade é a que apresenta valores médios superiores e a estabilidade emocional é a que apresenta valores médios mais baixos. No entanto, as diferenças encontradas entre criminalidade violenta e não violenta, no que diz respeito aos níveis de psicopatia e às características de personalidade, não se revelaram estatisticamente significativas. Conclusão: As mulheres que cometem crimes violentos e as que cometem crimes não violentos não diferem de forma significativa nos indicadores de psicopatia nem nas características de personalidade. No entanto, ambos os grupos apresentam valores médios de psicopatia superiores aos valores de referência do estudo de validação para a população portuguesa, podendo indicar que valores mais elevados nestes indicadores podem ser importantes na criminalidade feminina em geral, independentemente do seu nível de violência. Quanto aos valores médios de personalidade, verifica-se que alguns traços são ligeiramente superiores à média de referência, enquanto que outros são mais baixos. Palavras-Chave: Crimes Violentos, Crimes não Violentos, Criminalidade Feminina, Psicopatia, Personalidade
Data do prémio2022
Idioma originalPortuguês
SupervisorAna Rita Conde Dias (Orientador)

Keywords

  • PSICOLOGIA
  • CRIMES VIOLENTOS
  • PSICOPATIAS
  • PERSONALIDADE
  • CRIMES NÃO VIOLENTOS
  • MESTRADO EM PSICOLOGIA DA JUSTIÇA
  • TID:203202821

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