O amor é um construto complexo e de incontestável importância para o ser humano, sendo
uma área de investigação que tem vindo a progredir no decorrer das últimas décadas. A
capacidade para amar, em específico, refere-se à capacidade para o envolvimento,
investimento e manutenção de um relacionamento romântico comprometido, resultando
de processos desenvolvimentais complexos que se iniciam na infância e continuam a ser
moldados ao longo do desenvolvimento. Por ser um construto ainda recente, existe pouca
evidência relativa às relações entre a capacidade para amar e indicadores de
funcionamento positivo. O presente estudo tem como objetivo central explorar as relações
entre as dimensões da capacidade para amar e o bem-estar emocional, psicológico e
social. Pretende-se ainda analisar as diferenças na capacidade para amar em função da
fase do ciclo vital (adultez emergente e meia-idade) e do género. Participaram neste
estudo 535 participantes, dos quais 282 (52.7%) são adultos emergentes com idades entre
os 18 e os 25 anos (M = 21.88, SD = 1.80), sendo 240 (85.1%) mulheres, e 253 (47.3%)
adultos de meia-idade com idades entre os 45 e os 65 anos (M = 52.24, SD = 5.39), sendo
196 (77.5%) mulheres. As análises de diferenças multivariadas indicam que os adultos
emergentes demonstram maior capacidade para amar em todas as dimensões, à exceção
da aceitação da perda, luto e ciúme. Em relação ao género, não se verificaram diferenças
significativas. Os modelos de predição indicam que a idade e a aceitação da perda, luto e
ciúme são preditores significativos e positivos de todos os tipos de bem-estar, sendo a
confiança básica um preditor significativo e positivo de bem-estar emocional. São
discutidas as implicações destes resultados para a intervenção.
Palavras-chave: Capacidade para Amar, Adultos Emergentes, Adultos de Meia-Idade,
Bem-Estar
- MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE
- PSICOLOGIA
- PSICOLOGIA CLÍNICA
- AMOR
- BEM-ESTAR
- ADULTOS
- JOVENS ADULTOS
- TID:203467132
Capacidade para amar e bem-estar: um estudo comparativo entre adultos emergentes e adultos de meia-idade
Fernandes, M. I. R. (Autor). 2023
Tese do aluno: Dissertações de Mestrado