A aparência física é cada vez mais um fator fundamental na autoestima e bem-estar dos indivíduos na sociedade, sendo que a utilização de cosméticos contribui cada vez mais para essa necessidade. Ainda que os produtos cosméticos já venham a ser utilizados há milhares de anos, a sua inovação ao longo do tempo tem sido notável. Atualmente, a utilização da nanotecnologia em produtos cosméticos é cada vez mais considerada por várias empresas. No entanto, a exposição a nanocosméticos deve ter em consideração a sua segurança para o ser humano e ambiente. Neste sentido, compreender as atitudes, os conhecimentos e as preocupações dos consumidores é essencial na tomada de decisões informadas, e na consolidação destas tecnologias, determinando o fracasso ou o sucesso comercial dos produtos e as decisões de investimento do sector. Uma vez que em Portugal não existia até à data nenhum estudo que avaliasse a perceção pública dos nanomateriais e a sua segurança e eficácia, esta dissertação teve como objetivo avaliar a perceção dos consumidores portugueses relativamente à utilização da nanotecnologia em produtos cosméticos. Para tal foi realizado um estudo exploratório observacional transversal aprovado pela Comissão de Ética da Escola de Ciências e Tecnologias da Saúde (ECTS) - Universidade Lusófona (CE.ECTS/P35-23). O questionário auto-reportado apresentou como critérios de exclusão a idade inferior a 18 anos e a participação noutros estudos relacionados com nanocosmética, e foi constituído por questões relativas ao perfil sociodemográfico e sociocultural; hábitos de consumo de cosméticos; e perceção sobre a utilização da nanotecnologia em cosméticos, incluindo os benefícios e riscos. Participaram neste estudo 118 inquiridos, sendo a maioria do sexo feminino (71%), com uma média de idades de 39 ± 11 anos. Cerca de 92% dos inquiridos confirmou a utilização diária de cosméticos, sobretudo produtos de higiene oral (92%) e produtos capilares (84%). Relativamente aos fatores na escolha de cosméticos, os participantes deram uma maior importância à segurança (72%), qualidade (68%) e eficácia (68%); e no que diz respeito às vantagens e eficácia de nanocosméticos, cerca de metade dos inquiridos os consideram mais vantajosos e eficazes, comparativamente aos cosméticos convencionais. No entanto, é de realçar que a outra metade da amostra revelou incerteza relativamente a estes pontos, indicando não saber se são vantajosos ou eficazes, mostrando desta forma a importância da disponibilização de mais informação sobre os nanocosméticos. Ainda assim, relativamente à segurança, é de notar que a maioria dos participantes se sente mais segura (24%), ou igualmente segura (35%), ao utilizar nanocosméticos em comparação com produtos convencionais, e 71% não se encontra preocupado com a exposição à nanotecnologia. É possível concluir assim que os consumidores portugueses revelam, no geral, uma perceção positiva relativamente aos nanocosméticos, valorizando os seus benefícios. No entanto, é de salientar a necessidade de informação adicional e a melhoria da literacia dos consumidores, uma vez que grande parte destes apresentou dúvidas relativamente a vários aspetos da nanocosmética. Palavras-chaves: Nanotecnologia, Cosméticos, Padrão de consumo, Riscos, Benefícios
- MESTRADO INTEGRADO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
- CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
- NANOTECNOLOGIA
- PRODUTOS COSMÉTICOS
- COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES
- TID:203745914
Avanços nanotecnológicos em produtos cosméticos: perceção dos consumidores
Oliveira, P. C. D. (Autor). 2024
Tese do aluno: Dissertações de Mestrado