Resumo
Escultura virtual, escultura digital ou ciberescultura emergem na actualidade da arte digital como o novo e promissor impacto que a técnica obteve na escultura contemporânea. Sendo a valência tradicional da escultura deduzida do espaço, do factor presença e da
sua iminente fisicalidade, o digital vem apresentando-a num suporte que, em última análise, é
apenas numérico, matemático e luminoso. Tal articulação digital introduz a escultura no imatérico, no evanescente e na actualização
temporal permanente. Consideradas as vantagens que o novo medium traz em termos de libertação para o próprio fazer artístico (ausência
da gravidade, da resistência dos sólidos, da dependência dos materiais, etc.), resta-nos uma
reflexão em termos das suas novas articulações com a matéria, das suas potencialidades interactivas
e estéticas, assim como uma análise
atenta daquele que parece vir a ser o seu maior aproveitamento: a esteticização do mundo virtual.
Cabe-nos cada vez mais o papel de reconhecer a importância da presença da estética (e das suas diferentes artes) na programação de
um mundo virtual. A par do sucesso das cibergalerias de escultura digital, das Bienais de escultura virtual (Intersculpt, etc.), e das novas técnicas de modelação 3D que se vêm afirmando no abrangente quadro da ciberestética, acresce a necessidade de uma integração do
corpo do utilizador neste novo ambiente, e nomeadamente dos seus sentidos através de uma denominada «tactilidade artificial». Esta vem sendo prometida pelas vias do tacto e da
modelação manual, do sentido de peso, do som, entre outros, devolvendo à escultura uma dimensão extra-visual, prevendo-se com isso uma libertação da sua condição modernista.
Idioma original | Português |
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Revista | Caleidoscópio : Revista de Comunicação e Cultura |
Estado da publicação | Publicadas - 2001 |
Nota bibliográfica
Caleidoscópio : Revista de Comunicação e CulturaKeywords
- COMUNICAÇÃO
- ESTÉTICA DA COMUNICAÇÃO
- DESIGN ASSISTIDO POR COMPUTADOR
- DESIGN 3D