Resumo
As democracias ocidentais atravessam uma conjuntura crítica. O 11 de setembro, a crise financeira de 2008, a ascensão da China e o atual conflito na Ucrânia evidenciam a fragilidade do modelo democrático e liberal, em contextos internos de hiperpolitização e polarização.
A história afinal não acabou e, no campo da educação, conceções
divergentes sobre o que é (ou deve ser) a educação cívica, assentes em perspetivas antropológicas, ontológicas e epistemológicas distintas, competem por projeção no espaço público.
Os regimes não são estáticos e os alunos, crianças e jovens, são mais novos do que o mundo que encontram. A introdução a esse mundo, mediante a educação política e a educação cívica e num contexto marcado pelo pluralismo e pelo multiculturalismo, obriga-nos a colocar algumas questões: é a democracia liberal o melhor regime?
O que é um bom cidadão? Deve a comunidade ter primazia sobre o indivíduo? Devemos orientar-nos para a preservação da democracia que temos, ou procurar um modelo novo? Este capítulo tem um duplo objetivo. O primeiro é o de demonstrar que as tensões em torno da educação cívica, incluindo divergências sobre conceitos, meios e fins, reproduzem os determinantes da atual crise da democracia liberal, em particular a progressiva erosão de um mínimo denominador comum, necessário à sobrevivência do regime e da própria pólis. O segundo é o de, partindo da distinção entre educação política e educação para a cidadania, propor uma abordagem
que, preservando direitos e liberdades fundamentais, contribua para a (re)afirmação dos princípios e elementos distintivos da democracia liberal, nomeadamente o pensamento crítico, o debate livre e o diálogo entre gerações com vista a um processo que, sendo de constante renovação, evite a rutura.
A história afinal não acabou e, no campo da educação, conceções
divergentes sobre o que é (ou deve ser) a educação cívica, assentes em perspetivas antropológicas, ontológicas e epistemológicas distintas, competem por projeção no espaço público.
Os regimes não são estáticos e os alunos, crianças e jovens, são mais novos do que o mundo que encontram. A introdução a esse mundo, mediante a educação política e a educação cívica e num contexto marcado pelo pluralismo e pelo multiculturalismo, obriga-nos a colocar algumas questões: é a democracia liberal o melhor regime?
O que é um bom cidadão? Deve a comunidade ter primazia sobre o indivíduo? Devemos orientar-nos para a preservação da democracia que temos, ou procurar um modelo novo? Este capítulo tem um duplo objetivo. O primeiro é o de demonstrar que as tensões em torno da educação cívica, incluindo divergências sobre conceitos, meios e fins, reproduzem os determinantes da atual crise da democracia liberal, em particular a progressiva erosão de um mínimo denominador comum, necessário à sobrevivência do regime e da própria pólis. O segundo é o de, partindo da distinção entre educação política e educação para a cidadania, propor uma abordagem
que, preservando direitos e liberdades fundamentais, contribua para a (re)afirmação dos princípios e elementos distintivos da democracia liberal, nomeadamente o pensamento crítico, o debate livre e o diálogo entre gerações com vista a um processo que, sendo de constante renovação, evite a rutura.
Título traduzido da contribuição | Political Education: Why, in what and for what? |
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Idioma original | Português |
Título da publicação do anfitrião | A Educação Cívica e Política em Portugal |
Subtítulo da publicação do anfitrião | Contributos e reflexões sobre fundamentos oportunidades e desafios |
Editora | Aletheia - Associacao Cientifica e Cultural |
Número de páginas | 15 |
ISBN (impresso) | 9789899176041 |
Estado da publicação | Publicadas - 2024 |
Keywords
- politics
- education