Resumo
A partir de um conjunto de reflexões teóricas e socio-históricas, mas também a
partir do contacto com uma vasta literatura de auto-ajuda sobre poliamor (tanto online como
em formato físico), irei sistematizar três condições fundamentais que, argumento, explicam
a emergência e rápida visibilização do poliamor enquanto formato específico e distinto de
não-monogamia consensual. Essas condições fundamentais são a individuação, sexualização
e psicologização da sociedade ocidental contemporânea. A compreensão do papel de cada
uma destas condições para o surgimento do poliamor é central para a ligação entre poliamor,
estruturas neoliberais de subjectivação e para estabelecer as bases de análise dos movimentos
sociais emergentes sobre poliamor. Só através de uma abordagem situacionista é possível
evitar a colonização conceptual e cultural de diversas formas de não-monogamia consensual
que não originem na mesma matriz socio-histórica, e produzir saberes comprometidos com
uma objectividade forte, reconhecer o papel da hegemonia da Anglo-esfera e o papel resistivo
ou contra-hegemónico de outros discursos críticos sobre não-monogamias consensuais. Na
matriz desta reflexão está o trabalho de Foucault (1994), Beck e Beck-Gernsheim (2003) e
de Rose (1998).
partir do contacto com uma vasta literatura de auto-ajuda sobre poliamor (tanto online como
em formato físico), irei sistematizar três condições fundamentais que, argumento, explicam
a emergência e rápida visibilização do poliamor enquanto formato específico e distinto de
não-monogamia consensual. Essas condições fundamentais são a individuação, sexualização
e psicologização da sociedade ocidental contemporânea. A compreensão do papel de cada
uma destas condições para o surgimento do poliamor é central para a ligação entre poliamor,
estruturas neoliberais de subjectivação e para estabelecer as bases de análise dos movimentos
sociais emergentes sobre poliamor. Só através de uma abordagem situacionista é possível
evitar a colonização conceptual e cultural de diversas formas de não-monogamia consensual
que não originem na mesma matriz socio-histórica, e produzir saberes comprometidos com
uma objectividade forte, reconhecer o papel da hegemonia da Anglo-esfera e o papel resistivo
ou contra-hegemónico de outros discursos críticos sobre não-monogamias consensuais. Na
matriz desta reflexão está o trabalho de Foucault (1994), Beck e Beck-Gernsheim (2003) e
de Rose (1998).
Título traduzido da contribuição | Situated plural loves: for a sociohistorical metanarrative of polyamory |
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Idioma original | Português |
Páginas (de-até) | p. 6-11 |
Revista | Revista Tempo da Ciência |
Volume | 24 |
Número de emissão | 48 |
Estado da publicação | Publicadas - 2017 |
Keywords
- SEXUALIDADE
- POLIAMOR
- INDIVIDUALIDADE